domingo, 17 de junho de 2012

Lágrima Flor tem potencial comercial e cereja no bolo!

lágrima
Confesso que não conhecia a banda Lágrima Flor até topar com algum comentário sobre eles no Twitter. Em um primeiro momento, achei bacana o avatar dos jovens músicos, conferi o conteúdo no microblog e descobri que Lua Blanco, atriz do musical “O Despertar da Primavera”, aparecia como “frontwoman” da galera. Parei tudo o que estava fazendo e comecei a olhar com outros olhos para eles. Até o momento em questão, Lágrima Flor era só mais uma dentre milhares de bandas que se aventuram no mainstream em busca de reconhecimento. Isso na minha percepção inicial e relaxada, claro.

A visibilidade de Lua como atriz do musical e da Rede Globo (ela já esteve em “Malhação”, “Três Irmãs”, “TV Globinho” e integra o elenco de “As Aventuras do Didi”) tem contribuído para a explosão ainda tímida dos jovens músicos que se propõem a fazer um pop-rock diferenciado – e, convenhamos: isto é quase raro no atual mercado fonográfico!

Na última quarta-feira, dia 12 de maio, eles fizeram a primeira apresentação na cidade de São Paulo, em um pocket show no Musical Show Bar & Karaokê. A repercussão carioca (e regional) que envolve o nome da banda foi praticamente perdida na capital paulista (não falo aqui de fãs fervorosos, pois estes seguem seus ídolos aonde quer que seja!). Lágrima Flor começou do zero em SP, mas mesmo assim os jovens músicos começaram bem.

A simpatia de Lua nos palcos e a sua voz incrivelmente gostosa de ouvir foram capazes de encantar os escassos gatos pingados que não conheciam a banda e estavam de passagem pelo bar. André Sigaud, o guitarrista, acompanhou a vibração de Lua durante toda a curta apresentação e, ao que tudo indica, também a segue nas principais criações da banda. Carol Cabral, a baixista, juntamente com Fernando Velloso, o novo baterista apresentado ao público na ocasião, marcaram bem os compassos das músicas. Engraçado que Fernando estava sem bateria no seu “batizado” – talvez por dificuldades de locomoção RJ-SP ou por conta da estrutura do local (o Musical Show Bar não é dos mais favoráveis nesse sentido). Apesar disso, Fernando conseguiu “se safar” comandando um cajón que, mesmo não suprindo 100% a falta da bateria, conseguiu cumprir o papel a que se propôs [para quem não sabe, cajón é um instrumento de percussão que teve origem no Peru e assemelha-se a uma caixa de madeira].

O grande trunfo da Lágrima Flor, no entanto, é Rique Meirelles, um violinista que ameniza a pegada rock ‘n roll da banda e a diferencia das demais no mercado (leia entrevista abaixo). Quantas bandas brasileiras de pop-rock têm um violinista em sua composição? Rique é a cereja que toda banda procura conservar em seu bolo. Pode parecer estranho, mas o violino do jovem encaixa-se perfeitamente às canções sem tirar o caráter comercial delas (no sentido não pejorativo da adjetivação).

Com essas qualidades reunidas em um mesmo palco, o show de São Paulo transcorreu tão bem quanto o script sugeria. Lua elevou a proximidade com o público quando confidenciou não saber de cor a letra de uma música e tirou a sua “colinha” do bolso (também preciso de uma “colinha” porque esqueci o nome da bendita canção!). Se alguém resistia ao som da Lágrima Flor até ali, a barreira quebrou-se naquele exato momento. É certo que a banda ainda precisa se desvincular de “O Despertar da Primavera” para conquistar de vez o sucesso, mas Lua vem sabiamente utilizando a sua imagem para conseguir colher bons frutos para a banda. O primeiro deles veio na mesma noite em que vi a apresentação do grupo no Musical Show Bar: Lágrima Flor havia gravado uma participação na Canja do Jô (ainda sem data de exibição na televisão).

A nós – jornalistas, fãs e admiradores da música – resta torcer para que a banda vingue. Não seria nada mal escutar de vez em quando um pop-rock bacana nas rádios brasileiras, não é mesmo? Só para variar um pouquinho, vai!

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