Os problemas de saúde de Hebe
começaram em 2010, quando ela descobriu um câncer na região do
peritônio e iniciou tratamento quimioterápico. No ano seguinte, fez
novas sessões de quimioterapia preventivas e, em março deste ano,
precisou ser operada às pressas para retirada de um tumor que causava obstrução intestinal. Em junho, Hebe precisou passar por uma nova cirurgia, desta vez para a retirada da vesícula. No mês seguinte, a apresentadora ficou cinco dias internada para realizar uma série de exames.
Relembre sua trajetória
Nascida no dia internacional da mulher, 8 de março,
em Taubaté, Hebe teve uma infância humilde antes de se tornar um dos
maiores ícones da televisão brasileira. A apresentadora iniciou sua
carreira ainda na década de 40, como cantora do grupo Dó-Ré-Mi-Fá. Em
seguida veio a dupla caipira com sua irmã, Estela, e, com o fim da
parceria, a carreira solo.
Convidada por Assis Chateaubriand para participar
da primeira transmissão ao vivo da televisão brasileira, em 1950, Hebe
não compareceu ao evento porque decidiu acompanhar o namorado em uma
festa – fato que ela só admitiu em meados de 2007. Adiando sua estreia
nas telinhas, a apresentadora continuou sua carreira musical com um
disco em homenagem a Carmem Miranda. Com o sucesso do álbum, Hebe ganhou
o título de "Estrelinha do Samba" e, mais tarde, "A Estrela de São
Paulo".
A primeira aparição de Hebe na tevê brasileira foi
justamente como cantora. Somente em 1955 ela estrou como apresentadora,
no programa "O mundo é das mulheres" – época em que mudou radicalmente
seu visual, passando dos cabelos escuros para os loiros, conhecidos até
hoje. Depois disso, passou um tempo afastada dos programas de auditório,
mas fez participações em filmes de Mazzaropi, chegando a contracenar
com Agnaldo Rayol em um deles.
Hebe tem um único filho, Marcello Camargo, fruto do
casamento com o empresário Décio Capuano. A união terminou em 1971,
depois de sete anos. Nesse meio tempo, ela estreou na TV Record o
"Programa Hebe" que, com a presença do cantor Roberto Carlos, atingiu
recorde de audiência.
Em 1973, a apresentadora conheceu Lélio Ravagnani,
seu segundo marido, com quem viveu até quando ele morreu (em 2000).
Nessa época, sua carreira artística foi interrompida por quase dez anos,
para que pudesse se dedicar ao filho. Em 1981, Hebe retornou às
telinhas na TV Bandeirantes. Inicialmente dominical, a atração passou a
ser exibida nas sextas-feiras até ser cortada da grade da emissora,
quatro anos depois.
Com um convite do SBT em 1985, Hebe estreou seu
programa no ano seguinte. Entre 1991 e 1993 comandou uma atração só de
entrevistas com mulheres e, na mesma época, chegou a ter um show nas
tardes de domingo.
Mesmo famosa como apresentadora, Hebe não deixou
sua carreira musical de lado. Depois dos três discos lançados entre 1959
e 1966, ela reuniu suas principais canções em um álbum lançado em 1995.
Posteriormente, outros quatro CDs completariam a coleção de Hebe como
cantora – "Pra você" (1998), "Como é grande meu amor por você" (2001),
"As mais gostosas da Hebe" (2007) e "Hebe mulher” (2010).
Em 2011 veio o contrato com a RedeTV!, onde Hebe apresentava um programa que mantinha o formato de sucesso – um sofá onde recebia convidados famosos.
Nos mais de 60 anos de sucesso de sua carreira na
televisão, Hebe registrou o bordão "gracinha", usada como elogio para os
entrevistados que passavam por seu sofá. Outra de suas marcas eram os
famosos selinhos, que a apresentadora fazia questão de dar em todos os
convidados, como forma de demonstrar seu carinho.
Hebe passou dois de seus 83 anos, lutando contra o câncer. Sem perder a força, a apresentadora mostrava gratidão por fãs e celebridades que a apoiavam cada vez que se recuperava de uma cirurgia ou tratamento quimioterápico. Ainda em 2010, no início das internações, a apresentadora declarou à imprensa: "Posso até morrer daqui a pouco, que vou morrer feliz da vida."
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